sábado, 25 de maio de 2013

Redes Sociais, Verdade e Fé

Cinquenta anos atrás, em dezembro de 1963, a Igreja Católica, ao realizar o Concílio Ecumênico Vaticano II, tratou o importante tema da Comunicação Social, com o Decreto Inter Mirifica. Focalizada como uma das maravilhosas intervenções da técnica no nosso tempo, a comunicação social com todas as mídias, é considerada como força de movimentação, não somente dos indivíduos, mas de toda a sociedade. Nesse curso de invenções admiráveis está o mundo cibernético. Uma revolução de impressionantes proporções que nos leva ao contexto impactante das redes sociais. Essa realidade, bastante contemporânea, foi especialmente refletida durante o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, no âmbito da Igreja Católica, em todo o mundo, a partir da temática “Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”. 
A Igreja sabe que sua missão evangelizadora não pode ser realizada com êxito nos tempos atuais sem o uso das mídias. Além disso, reconhece o quanto é importante, na tarefa de anunciar o Reino de Deus, contracenar nesse amplo e complexo mundo das comunicações em razão da verdade e da fé, dom que é preciso ser cultivado no coração de todos. Já no contexto do Concílio Vaticano II, quando eram inimagináveis as proporções e alcances dos avanços que estavam por vir, já se acenava para uma dimensão moral inerente aos próprios avanços tecnológicos. Essa dimensão moral não pode ser esquecida, sob pena de transformar ferramentas significativas na construção do bem e da verdade em instrumentos que destroem valores inegociáveis para a vida.
Indispensável, portanto, é que os operadores e usuários de meios de comunicação balizem suas atuações numa reta consciência que leve ao compromisso com o bem e a verdade, fundamental na construção da sociedade democrática e no respeito às diversas culturas. Quando se trata, por exemplo, do direito à informação, tão importante para o diálogo e construção da sociedade, são cruciais a investigação e a divulgação de notícias. Esse exercício hoje, com as redes sociais, firma-se como um cuidado especial presidido por preocupações e compromissos imprescindíveis. Não se pode, é claro, abrir mão das informações enquanto determinantes no progresso da sociedade, na dinâmica da formação e na admirável interdependência entre os membros da sociedade humana.
Nesse contexto, são impressionantes os intercâmbios, com inusitada rapidez, que podem produzir encaminhamentos com força de mudança, instituindo espaços para reflexão e opiniões. Vale lembrar a previsão clarividente do Concílio Vaticano II como regulação desses fluxos impactantes dos meios de comunicação. O documento Inter Mirifica sublinha que o honesto exercício do direito à informação “exige, todavia, que a comunicação no seu conteúdo seja verdadeira e, resguardadas a justiça e a caridade, íntegra; além disso, quanto ao modo, seja honesta e conveniente, isto é, respeite escrupulosamente as leis morais, os seus legítimos direitos e a dignidade de cada homem, tanto na procura de notícias quanto na sua divulgação”.
A atenção e zelo com o uso das redes sociais devem, portanto, favorecer sempre o diálogo, o nascimento de novas formas de comunidades e a construção da vida por meio de novas relações. Um horizonte, de fato, potencialmente rico, mas que apresenta uma série de exigências e cuidados. Pode ser um caminho para necessárias transformações sociopolíticas, permitindo a construção de estaturas mais democráticas e humanísticas nas dinâmicas das diferentes culturas. Para tal, esses espaços precisam ser bem usados, respeitando privacidades, ocupados de modo responsável e a partir do compromisso com a verdade, determinante para o progresso de toda a família humana.
As redes sociais constituem possibilidades permanentes para o desenvolvimento de relações, laços de amizade, busca de respostas e partilha de conhecimento. São parte determinante do tecido social. No entanto, e por isso mesmo, exigem redobrada atenção e compromisso com a verdade. A voz da razão, na avalanche de informações, nas possibilidades de participação e intercâmbios, não pode ser abafada. As argumentações, notícias e debates precisam ser bem fundamentados cultivando formas de discurso que não sacrifiquem aspirações nobres, insubstituíveis na busca do bem e da verdade.
Nesse caminho, a fé tem um lugar importante. Vivida, professada e anunciada no ambiente digital, ela é um compromisso da Igreja Católica na missão de cultivar os valores do Evangelho nos espaços midiáticos. Por isso, a CNBB está finalizando seu Diretório Nacional de Comunicação, uma contribuição significativa para que a verdade e a fé sejam sempre horizontes imprescindíveis para os caminhos dos diversos meios de comunicação.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
Fonte: Rádio Vaticano

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Emissoras da América Latina participarão das transmissões da JMJ 2013


Rádios de língua espanhola irão participar do pool de transmissão da programação da JMJ Rio2013, de 16 a 28 de julho, encabeçadas pela Rede Católica de Rádio, RCR.
Durante a transmissão da Jornada Mundial, um sistema de comunicação disponibilizará de um canal de transmissão para a língua espanhola para América Latina.
A RCR foi contatada por duas associações católicas de comunicação da América Latina,  Occlac e Associação Latinoamericana de Educação radiofônica, Aler, para fazer parte da transmissão da programação da JMJ. Esta parceria da RCR com Occlac e Aler, será uma ocasião para coligar as emissoras do continente latino americano interessado no sinal que estará disponível.
Nos estúdios da Aler, disse Pedro Sánchez, secretário executivo, “terá uma equipe de jornalistas e de comentaristas que promoveram análises e debates sobre a realidade da juventude e as mensagens do Papa Francisco”. Continua  Sánchez, “a JMJ será um momento histórico, porque é a primeira vez que temos um Papa do nosso continente”.
A OCLACC/Signis é uma rede organizada de instituições, meios de comunicação e profissionais da comunicação na América Latina e no Caribe, com a capacidade e a oportunidade de influenciar a sociedade civil e as políticas de mídia dos estados, instituições e igrejas locais.  A Aler é uma rede de comunicação de educação popular que promove participação, a inclusão, a harmonia social com a natureza; acompanha direitos e conquistas dos povos; trabalha para a democratização da comunicação e participa na construção de processos do Bem Viver.
Para o presidente da RCR, frei João Carlos Romanini, “é importante que disponibilizemos, o fato JMJ, para o maior número possível de emissoras, para que o evento seja conhecido, bem como toda a programação da JMJ. O Comitê Organizador Local, COL, já vai ter um canal em espanhol, e a RCR vai distribuir”.
O secretário executivo da Aler, Pedro Sánchez, disse que “esta experiência nos exige também uma nova forma de colaboração que servem para fortalecer a radiodifusão educativa, popular e evangelizadora em todo o nosso continente”.
A RCR terá a Rádio Catedral Fm do Rio de Janeiro como a geradora de conteúdos e  programação da JMJ, estas associações e Rede Católica de Rádio,  com suas bases geradoras. Formarão  um sistema de comunicação de transmissão, ao vivo, da programação exclusiva da Jornada Mundial da Juventude para o Brasil durante os dias 16 a 20, Semana Missionária; de 23 a 28 de julho a Jornada Mundial da Juventude.
Em breve a Rede Católica irá  disponibilzar  a programação e os canais para que as emissoras possam  organizar sua grade de programação.
Fonte: Signis Brasil

quarta-feira, 22 de maio de 2013

CNBB: Nova rede social para o público católico


Uma parceria da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do CERIS – Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais lançou uma rede social voltada para o público católico. Trata-se da ‘eCatholicus’, intitulada como Rede Social Oficial da Igreja no Brasil. O CERIS realiza o Censo Anual da Igreja e publica o Anuário Católico do Brasil, a rede é estruturada no cadastro da Igreja. Entre os cadastrados da nova rede social encontram-se padres, bispos, religiosos, diáconos, leigos, além das paróquias e comunidades da Igreja Católica em todo o Brasil, atualizadas pelo Censo do CERIS.  
A Rede eCatholicus tem também a missão de colaborar na divulgação da JMJ Rio 2013. Todos que curtem a Jornada podem se encontrar antes na eCatholicus, e se preparar para o grande encontro com o Papa Francisco no Rio de Janeiro. Quem não for participar da JMJ Rio 2013 também pode acompanhar a movimentação pela eCatholicus e se relacionar com peregrinos do mundo todo que vão para o Rio de Janeiro. Todas as paróquias do Brasil estão cadastradas na Rede Social eCatholicus Brasil com base no Censo Anual da Igreja do Brasil, CaicBr. Perfis de leigos e integrantes do Clero podem ser encontrados com facilidade.
Na Rede Social católica, meios consagrados de expressão, como a postagem de fotos, vídeos e atualização de status são recursos disponíveis. Também há as opções ‘curtir’ e ‘compartilhar’ os conteúdos postados. Para se cadastrar na Rede é necessário acessar o site www.ecatholicus.com.br e seguir as instruções.
Fonte: Rádio Vaticano

Dom Claudio Maria Celli participa on-line do Encontro do CELAM

Nesta terça-feira 21 de maio, o segundo dia do Encontro de Comunicação promovido pelo CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), na sede da Conferência, em Bogotá (Colômbia), teve início com a Celebração Eucarística e uma reflexão sobre o Documento de Aparecida (DA) na ótica da comunicação. O evento é voltado aos bispos e assessores de comunicação das Conferências Latino-Americanas e, se prossegue até esta quarta-feira, 22.
Na sessão da manhã, dom Claudio Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, participou de uma videoconferência, onde disse aos participantes palavras de ânimo e esperança, enfatizando pontos relevantes sobre a comunicação como “Cultura do Encontro” e da “Comunhão”.  Na oportunidade do contato, dom Claudio destacou que é preciso dar maior ênfase à comunicação como um trabalho comprometido com a comunhão e, para que a Igreja não se feche, mas esteja à disposição das pessoas.
O bispo sugeriu fazer uma avaliação dos meios de comunicação para verificar se estão promovendo o encontro e a comunhão com todos os que creem e com aqueles que não creem; por uma Igreja que demonstre simpatia ao homem e que comunique Jesus Cristo a todos. De acordo com os assessores da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, padre Clovis Andrade de Melo e Ir. Élide Maria Fogolari, o encontro está favorecendo partilhas importantes das experiências na área da comunicação, contribuindo, assim, para o fortalecimento da PasCom da Igreja na América Latina.
Fonte: CNBB

CELAM promove encontro de comunicação

Teve nesta segunda-feira, 20 de maio, o encontro promovido pelo CELAM para os bispos e assessores da comunicação das conferências Latino Americanas e se estende até dia 22, em Bogotá, na Colômbia. Participam os assessores da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, padre Clóvis Andrade de Melo e Ir. Elide Fogolari.
O evento tem por objetivo articular e animar a comunicação nos países latino americanos mediante reflexão, partilha das experiências da comunicação baseada sobre a comunhão entre as várias regiões do continente, além de projetar ações concretas para os próximos dois anos. Estão presentes bispos e assessores do Paraguai, Colômbia, Peru, Uruguai, Honduras, Nicarágua, Panamá, Guatemala, México, Argentina, Venezuela, Republica Dominicana, Chile e Brasil. Durante a apresentação dos trabalhos, percebeu-se um grande esforço, dedicação e compreensão para que a comunicação permeie toda a ação pastoral da Igreja.
O bispo referencial para a comunicação da Conferencia Episcopal da Argentina, dom Eduardo Garcia, falando sobre a vida do Papa Francisco disse que não se inventam atitudes na vida, elas precisam ser habituais e vivenciais. Exemplificou dizendo que o gesto do Papa logo após sua eleição e primeiro discurso na Praça São Pedro – ao pedir ao povo que o abençoasse - era habitual quando era Cardeal na Argentina, após os encontros que realizava com povo. Quanto à pobreza era um homem despojado, não guardava para si o que ganhava, doava tudo. Era um homem austero, simples e muito atencioso, sobretudo, para com os mais necessitados e pobres.
Fonte: CNBB

terça-feira, 14 de maio de 2013

Dom Celli e o Dia Mundial das Comunicações Sociais

No domingo, 12 de maio, celebrou-se o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais sobre o tema “Redes sociais: portas de verdade e de fé, novos espaços de evangelização”. Portanto, no centro das atenções o desenvolvimento das redes sociais digitais que, escreveu Bento XVI na sua mensagem para esta ocasião, “estão contribuindo para fazer emergir uma nova praça pública onde as pessoas compartilham ideias e onde podem realizar novas formas de comunidade”. Uma análise positiva, mas que exige responsabilidade, dedicação à verdade e autenticidade, reafirma Dom Claudio Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais. Mas o que representa para a Igreja o mundo das redes sociais e com quais perspectivas?


Eis o que nos disse Dom Celli:

R. – “Para a Igreja creio que seja um desafio e uma oportunidade, no sentido de que as redes sociais se tornaram verdadeiramente um ambiente de vida e neste contexto somos chamados a dar testemunho dos valores que acreditamos, a viver autenticamente essa presença e vivê-la com certa responsabilidade. Este é o desafio. A oportunidade é que também aqueles que estão longe, aqueles que perderam um relacionamento mais profundo com o Deus – precisamente na contextualidade da rede social por eles habitada – possam encontrar uma oferta concreta, uma apresentação séria, respeitosa, e possam encontrar os critérios de vida”.

P. – Na mensagem há alguns aspectos e o senhor mencionou alguns deles, por exemplo, a importância estando na rede, de se distanciar de tudo o que é sensacionalismo, de tudo que visa somente a popularidade...

R. – “Diria que este é o comportamento da Igreja, nós não procuramos fazer propaganda e, portanto, não é um anúncio “comercial” de Jesus Cristo. Trata-se somente de compartilhar com outros um caminho de vida, critérios de vida que são substancialmente uma síntese existencial da relação entre a minha vida e a mensagem de Jesus. É muito importante: a nossa presença não é um anúncio “formal” do Evangelho – isto é, não faço citações do Evangelho – não é isso! Creio que, precisamente na rede social eu sou chamado expressar como a minha vida encontra Jesus e o Evangelho, e, portanto, como a minha vida é transformada. As mensagens que Papa Francisco envia a todo o mundo são mensagens deste tipo; como a de outro dia quando dizia que não há tristeza, não há melancolia para o cristão porque a sua vida está ligada a Jesus Cristo, e quando poucos dias atrás Papa Francisco dizia que as lágrimas do sofrimento são as lentes que me ajudam a redescobrir a presença de Jesus. A rede social se torna, portanto, um momento de partilha, um momento no qual eu na minha autenticidade, na minha comunicação imediata, torno presente a substância do meu viver”. 

Fonte: Rádio Vaticano