quarta-feira, 31 de outubro de 2012

8º Mutirão Brasileiro de Comunicação é lançado em Natal

O auditório do Laboratório de Comunicação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Natal, ficou lotado, na manhã desta quarta-feira, 31 de outubro, no lançamento do 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação. O lançamento aconteceu exatamente um ano antes do Mutirão, que será sediado em Natal (RN), no campus da UFRN, de 27 de outubro a 01 de novembro de 2013.

Na abertura da solenidade de lançamento, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, destacou a importância da comunicação para a Igreja, fazendo referências ao Documento Inter Mirifica, do Concílio Vaticano II. Quanto aos Mutirões de Comunicação, Dom Jaime reconhece que estes têm “se desenvolvido e alcançado grande importância para a Igreja e para a comunicação, de um modo geral”.

A parceria entre as instituições promotoras do Mutirão -  Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, Signis Brasil, Arquidiocese de Natal e Universidade Federal do Rio Grande do Norte – foi ressaltada nas palavras do bispo Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, referencial da Pastoral da Comunicação no Regional Nordeste 2 e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, da CNBB. “É a primeira vez que o Mutirão Brasileiro acontece em uma universidade federal. Isso dá mais visibilidade ao evento e favorece envolver mais os estudantes e professores de comunicação social.  Parabéns à UFRN, por participar desta parceria”, ressaltou Dom Delson.  O 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação entrou no calendário de atividades acadêmicas da UFRN, para 2013, como um projeto de extensão universitária.

A reitora da UFRN, professora Ângela Paiva, foi representada na solenidade pelo superintendente de comunicação da Universidade, professor José Zilmar Alves da Costa. “Desde os primeiros contatos da Igreja com a UFRN, a reitora sempre se mostrou aberta à parceria. Ele tem a compreensão de que é um bom momento para que um tema tão relevante – comunicação e participação cidadã – seja colocado em pauta por promotores que têm respaldo na sociedade, como a Igreja Católica e a Universidade Federal”, enfatizou o professor Zilmar.

Durante a manhã, o coordenador geral do 8º Muticom, Padre Edilson Nobre, fez uma apresentação do que será o 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação, inclusive a programação dos seis do evento. Os presentes também conheceram a Canção do 8º Muticom, que foi escolhida em concurso, e tem letra do professor Francisco Morais, de Natal, e música do compositor potiguar, Ismael Dumangue.

A segunda parte da programação de lançamento foi dedicada a uma palestra sobre o tema do Muticom: “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”, proferida pelo diretor executivo da Agência de Notícias Adital, de Fortaleza (CE), Padre Ermanno Alegri.  “Sentimos necessidade de uma comunicação com participação cidadã”, disse o padre.  Em relação aos meios e processos, ele afirmou que a Igreja precisa cuidar mais da profissionalização. “Devemos acreditar que se temos valores a comunicar, temos que investir e crescer e, para isso, profissionalizar as pessoas que trabalham nos meios de comunicação da Igreja”, sublinhou.


Toda a solenidade de lançamento foi transmitida, em tempo real, pela internet, através do site www.muticom.com.br  e pelas redes sociais.

Ainda nesta quinta-feira, das 14 às 15 horas, a Rádio Rural de Natal AM 1090 e outras emissoras de rádio levaram ao ar o “Especial Muticom”. Um programa radiofônico em preparação para o 8º Mutirão, com a participação da Irmã Élide Fogolari, assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, da CNBB; Irmã Helena Corazza, presidente da Signis Brasil; professor Miguel Pereira, da PUC/RJ e um dos coordenadores do 7º Mutirão, realizado em 2011; dos coordenadores da oitava edição do Mutirão; e  do Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira. O programa ainda contou com a participação de pessoas de vários estados do Brasil, que já estão se mobilizando e articulando as comunidades para participarem do encontro, no próximo ano.

A programação, bem como o ‘Especial Muticom’,  a canção, sugestões de hospedagem e outras informações sobre o 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação estão disponíveis no site www.muticom.com.br.

Fonte: Muticom

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Aberto o Ano na Fé no Regional Leste 1

Os bispos e a comissão pastoral do Regional Leste 1 da CNBB estiveram reunidos em assembleia nos dias 26 e 27 de outubro, sexta e sábado, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro. O tema deste ano foi “Ano da Fé e Juventude”. Para refletir sobre o assunto, foram convidados também os coordenadores e assessores da Pastoral da Juventude. 

Entre os momentos centrais da assembleia, destaque para a missa de abertura do Ano da Fé, celebrada na manhã do dia 27,  que foi marcada pela presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, que concelebrou, e da comitiva do Vaticano, formada pelo responsável pelas viagens internacionais do Papa Bento XVI, Alberto Gasbarri, por Paolo Corvini e por Stefania Izzo. Também participou da celebração eucarística, assessor de relações institucionais do governo do estado do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Pugiali.

O presidente da celebração, Dom Orani João Tempesta, arcebispo da Arquidiocese do Rio e presidente do Regional Leste 1, falou sobre os desafios que o Ano da Fé e a Nova Evangelização coloca sobre os trabalhos pastorais das dioceses do Regional Leste 1: “Vivemos num estado muito plural, com muita diversidade. Neste contexto, precisamos fazer com que cada católico viva intensamente a sua fé e busque a conversão, com um aprofundamento da fé, para saber em que se crê e como se crê. Nós, enquanto cristãos e católicos, somos chamados a ser grandes evangelizadores nessa sociedade, testemunhando uma fé madura”.

Dom Orani também destacou a importância de se utilizar os meios de comunicação para propagar a fé da Igreja. E foi a utilização dos meios de comunicação que marcou a celebração de abertura do Ano da Fé no estado do Rio. Pela primeira vez, uma rede de tvs, webtvs e rádios foi formada. A missa foi retransmitida pela Rede Vida, webtvs Redentor e Assunção, web rádios Anunciadora e Cristoatividade, e as rádios Catedral, Rosa Mística, Aliança, Por Amor, Ave Maria, Imperial, Sintonia do Vale e Sul Fluminense.

O vice-presidente do Regional Leste 1 e bispo de Nova Iguaçu, Dom Luciano Bergamin, apontou a comunhão entre as dioceses do Regional como um dos elementos importantes para o êxito da assembleia.
“O que me deixa muito feliz é perceber que todas as dioceses estão preocupadas e trabalhando no sentido de procurar um caminho comum, sem esquecer a peculiaridade de cada diocese, que varia de acordo com a sua história e de toda tradição religiosa contida nela. Todos estão sonhando com um futuro melhor na evangelização, particularmente, da juventude numa fé mais viva”, pontuou.

Ao final da celebração, o Núncio Apostólico expressou sua alegria em poder participar da celebração de abertura do Ano da Fé no estado do Rio, em comunhão com os bispos do Regional Leste 1 da CNBB.

“Foi uma feliz providência de Deus celebrarmos a abertura do Ano da Fé do Regional Leste 1 juntamente com a visita da comitiva do Vaticano, pois pude estar aqui partilhando e conhecendo os bispos do Regional. Esta ocasião do Ano da Fé é ótima para podermos refletir como pessoas e comunidade de fé a nossa vivência e a nossa caminhada. No meio do caminho, no meio deste tempo que estamos vivenciando, acontece a JMJ Rio2013 e estou certo que os jovens cariocas e brasileiros viverão com alegria e entusiasmo esta peregrinação com o Santo Padre, pois o jovem tem essa dinâmica de ser alegre. Fico feliz com esse momento de hoje e saibam que a Nunciatura Apostólica acompanha os passos da Igreja no Brasil com muito carinho e amor. Agradeço mais uma vez pela acolhida e que a Jornada Mundial da Juventude seja verdadeiramente um testemunho dessa fé que é sempre viva. Que Deus os abençoe e bom trabalho para os Bispos em suas dioceses”, afirmou o Núncio.

Fonte:
Andréia Gripp
Colaboração: Raphael Freire
Assessoria de Imprensa do Regional Leste 1 da CNBB

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

JMJ Rio2013 lança canal Pré-Jornada e ação catequética

O site oficial da JMJ Rio2013 lança o canal Pré-Jornada nesta terça-feira, 23. Além do novo conteúdo entrar no ar para todos os internautas, será realizada também uma apresentação no auditório do edifício João Paulo II (Rua Benjamim Constant, 23, Glória), no Rio de Janeiro, no mesmo dia, às 19h30min.

Na ocasião, também será lançada uma parceria de ação catequética entre a JMJ Rio2013, o Programa Nacional Caixa de Ferramenta (PNCF) e as mídias sociais da Arquidiocese do Rio.

A proposta do canal Pré-Jornada é oferecer voz às dioceses do Brasil no site www.rio2013.com, envolvendo-as no plano da Semana Missionária e em tudo o que for de preparação para a JMJ Rio2013. As peregrinações dos Símbolos da Jornada também ganharão destaque.

O diretor executivo do setor Pré-Jornada do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio2013, padre Jefferson Gonçalves de Araújo, incentiva todos a colaborarem com o canal. “Novos momentos surgem com a proximidade da Jornada. Quereremos dar visibilidade às iniciativas experimentadas pelo Brasil”, diz. “Novos frutos espirituais já são uma realidade na Igreja em todo país. Por isso, nós do setor Pré-Jornada estamos sedentos em compartilhar as belas ações vindas até nós”.

Uma novidade será a parceria entre a JMJ Rio2013 e o PNCF, por meio do portal Caixa de Ferramentas. Neste, estarão a “Gincanas JMJ” e o “Formação Jovem” que objetivam promover a interação entre família, Igreja e sociedade, validando o protagonismo juvenil e sua interatividade. Para o próximo ano, surgirão novos projetos: o “Educador 3.0” e “Cidadão 3.0”.

Diretor da Adital participará do lançamento do 8° Muticom

O Padre Ermanno Allegri, diretor executivo da Agência de Informação Frei Tito para América Latina – Adital –, que tem sede em Fortaleza (CE), vai a Natal, dia 31 deste mês, para o lançamento do 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação. A Adital é uma agência de notícias que, segundo o diretor, nasceu para levar a agenda social latino-americana e caribenha à mídia internacional. O endereço da Agência, na internet, é www.adital.com.br.

O lançamento do 8º Muticom, dia 31 de outubro, será em dois momentos. Pela manhã, das 9 às 11 horas, o evento acontecerá no auditório do Laboratório de Comunicação, da UFRN, campus de Natal. Na ocasião, além de ser apresentada a programação do Mutirão, haverá uma palestrada sobre o tema “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”, ministrada pelo Padre Ermanno Allegri. Ainda, neste dia, à tarde, das 14 às 15 horas, a Rádio Rural de Natal levará ao ar o programa Especial Muticom. O mesmo programa será levado ar por outras emissoras de rádio, espalhadas pelo Brasil.

O 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação será sediado em Natal, no período de 27 de outubro a 01 de novembro de 2013.

Fonte: Muticom

Aplicativos possibilitam novas formas de ler a Bíblia

O constante avanço das tecnologias digitais possibilita que a Bíblia torne-se cada vez mais acessível aos católicos conectados ao mundo digital.

Atualmente, estão disponíveis na internet versões online da Bíblia, bem como, Liturgia diária e Liturgia das Horas, Orações e Ofícios. Dentro desse universo, hoje, os católicos podem fazer uso também de aplicativos da Bíblia para smartphones e tablets, que permitem uma maior comodidade de conexão, com facilidade e baixo custo.

Padre Vicente Fernandes, da Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz (RN), faz uso constante dos aplicativos da Bíblia e Liturgia das Horas. “Os aplicativos nos possibilitam uma conexão mais rápida com as informações, e, nesse caso, com a Palavra de Deus, pois podemos acessar os textos bíblicos em qualquer lugar. Acredito que a Igreja seja assertiva em utilizar as novas tecnologias para evangelizar, pois é preciso que ela esteja inserida em todos os meios”, destaca.

Entre os jovens católicos, o uso das novas tecnologias é muito comum. Este é o caso de Éden Guerra, administrador e vocalista da Banda Divina Luz. Segundo ele, o mundo atualmente proporciona inúmeras facilidades em diversos setores, e uma delas, é a busca de Deus nas tecnologias. “Na minha opinião, ler a bíblia pela internet, smartphone, celular, notebooks ou tablets, tem a mesma finalidade e entendimento que na impressa. Ando com minha Bíblia dentro do carro, mas também com o aplicativo no meu tablet, que possibilita o estudo todos os dias, em qualquer lugar. Para mim, a palavra de Deus é a mesma em todos os lugares e formas em que ela se apresenta. O que devemos ter em mente é que Deus, com certeza, se alegrará se dedicarmos o mínimo de tempo a ler os seus ensinamentos, seja de qual forma for”, ressalta.

Apesar do constante crescimento entre os católicos que utilizam os aplicativos para ler a Bíblia, ainda existem pessoas que preferem a versão impressa. Este é o caso da jornalista e agente da Pascom, Janyara Lima. “Mesmo com todas as ferramentas tecnológicas ao nosso alcance que nos permite acessar a Bíblia virtualmente e de uma forma mais rápida, prefiro ler a versão impressa, pois dessa forma, tenho a sensação de estar mais próxima de Deus e da sua palavra. Além disso, saber localizar os livros na Bíblia para mim é muito importante, pois mostra conhecimento e aproximação com o Evangelho”, destaca.

Mensagem de Bento XVI

Segundo a mensagem do Papa para o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado este ano, os novos meios de comunicação são um “verdadeiro dom para a humanidade” e, por isso, devem ser postos ao serviço de todos os seres humanos. Ainda na mensagem, Bento XVI diz que as novas tecnologias tem um “potencial extraordinário”, quando usadas para favorecer a compreensão e a solidariedade humana.

Alguns aplicativos

Pocket Terço – Aplicativo gratuito para Iphone, que permite o acesso a liturgia diária, orações, bem como, uma opção para recitação do Santo Terço.
YouVersion Bíblia – Aplicativo gratuito da Bíblia para smartphones que possuem tecnologia Android. Contém todos os livros da Bíblia, e possui a opção de ouvir os textos bíblicos em áudio.

Fonte: Rádio Vaticano
Jornalista: Natalia Zimbrão 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

INSTRUMENTUM LABORIS: As novas fronteiras do cenário comunicativo


Apresentamos uma parte do Lineamenta preparado para o Sínodo dos Bispos, que se refere ao tema:  “As novas fronteiras do cenário comunicativo” (59-62).
O texto reconhece os desafios inerentes às novas tecnologias digitais e ao mesmo tempo a considera como um lugar para a “missão evangelizadora da Igreja” e como “novos espaços” para a evangelização. 
As novas fronteiras do cenário comunicativo
59. Unanimemente as respostas ao Lineamenta analisaram um outro cenário, o sexto, o comunicativo, que hoje oferece enormes possibilidades e representa um dos grandes desafios para a Igreja. Nos inícios era típico apenas do mundo industrializado, hoje o cenário de um mundo globalizado é capaz de influenciar também grandes setores dos países em vias de desenvolvimento. Não há lugar no mundo de hoje que não possa ser alcançado e, por isso, não estar sujeito à influência da cultura mediática e digital, que progressivamente se estrutura como o “lugar” da vida pública e da experiência social. Basta pensar no uso cada vez mais difundido da rede informática.
60. As respostas referem a convicção generalizada que as novas tecnologias digitais deram origem a um verdadeiro e próprio espaço social, cujos laços são capazes de influir sobre a sociedade e sobre a cultura. Atuando na vida das pessoas, os processos mediáticos tornados possíveis por estas tecnologias chegam a transformar a própria realidade. Intervêm de modo incisivo na experiência das pessoas e permitem um alargamento das potencialidades humanas. Da influência que eles exercem depende a percepção de nós mesmos, dos outros e do mundo. Estas tecnologias e o espaço comunicativo por elas desenvolvido são, por isso, valorizados positivamente, sem preconceitos, como meios, embora com um olhar crítico e um uso sábio e responsável.
61. A Igreja soube entrar nestes espaços e assumir estes meios desde o início como instrumentos úteis para o anúncio do Evangelho. Hoje, a par dos meios de comunicação mais tradicionais, especialmente como a imprensa e a rádio, que – de acordo com as respostas – conheceram nestes últimos anos um discreto incremento, os novos media estão a servir cada vez mais à pastoral evangelizadora da Igreja, tornando possíveis interações a vários níveis, local, nacional, continental, mundial. Percebem-se as potencialidades destes meios de comunicação antigos e novos, verifica-se a necessidade de se usar o novo espaço social que se criou com as linguagens e as formas da tradição cristã. Reclama-se a urgência de um discernimento atento e partilhado para intuir melhor as potencialidades que isso oferece em vista do anúncio do Evangelho, mas também para acolher de modo correto os riscos e os perigos.
62. A difusão desta cultura acarreta, de facto, consigo indubitáveis benefícios: maior acesso às informações, maior possibilidade de conhecimento, de troca, de novas formas de solidariedade, de capacidade promover uma cultura cada vez mais à escala mundial, tornando os valores e os melhores desenvolvimentos do pensamento e da atividade humana um patrimônio de todos. Estas potencialidades não eliminam, porém, os riscos que a difusão excessiva de uma semelhante cultura já está a gerar. Manifesta-se uma profunda atenção egocêntrica às necessidades individuais. Afirma-se uma exaltação emotiva das relações e dos laços sociais. Assiste-se ao debilitamento e à perda do valor objetivo das experiências profundamente humanas, tais como a reflexão e o silêncio; observa-se uma excessiva afirmação do pensamento individual. Reduz-se progressivamente a ética e a política a instrumentos de espetáculo. A situação extrema a que podem conduzir estes riscos é à chamada cultura do efêmero, do imediato, da aparência, ou uma sociedade privada de memória e de futuro. Num semelhante contexto, é pedido aos cristãos a audácia de frequentar estes “novos areópagos”, aprendendo a dar uma valorização evangélica, encontrando os instrumentos e os métodos para tornar audível também nestes lugares hodiernos o patrimônio educativo e de sapiência conservado pela tradição cristã.
Fonte: PCCS
Jornalista: Natalia Zimbrão

Sínodo 2012: Igreja tem de estar presente na «arena digital»


Presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais convida bispos a apostarem nas novas tecnologias


arena digital
O presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (Santa Sé) disse aos participantes no Sínodo dos Bispos, que decorre no Vaticano, que a Igreja Católica tem de valorizar as novas tecnologias para transmitir a sua mensagem.
“A arena digital não é um espaço ‘virtual’, menos importante do que o mundo ‘real’: se a Boa Nova não for proclamada também ‘digitalmente’, corremos o risco de abandonar muitas pessoas para as quais este é o mundo em que vivem”, referiu D. Claudio Maria Celli, citado pelo boletim oficial do Sínodo.
O responsável da Cúria Romana sublinhou que a nova evangelização, tema desta 13ª assembleia geral sinodal, tem de estar atenta à “novidade” do contexto cultural e dos métodos que devem ser utilizados.
“Os novos media estão a mudar radicalmente a cultura na qual vivemos e oferecem novos percursos para partilhar a mensagem do Evangelho”, acrescentou o arcebispo italiano.
O homem do Papa para as Comunicações Sociais frisou que as novas tecnologias “transformaram a própria comunicação”, criando uma “infraestrutura cultural”.
“Não podemos fazer o que fizemos sempre, mesmo que seja com as novas tecnologias”, advertiu.
D. Claudio Celli aludiu à presença da Igreja no espaço digital para declarar que o próximo desafio é “mudar o estilo de comunicação” para que se possa promover uma “presença eficaz”.
“No fórum digital o discurso é espontâneo, interativo e participativo; na Igreja, estamos habituados a usar os textos escritos como modo normal de comunicação”, precisou, antes de expressar dúvidas sobre a capacidade desse tipo de linguagem em falar aos jovens habituados à “convergência de palavra, som e imagens”.
Este responsável considera que a Igreja tem de “envolver os outros” para partilhar a sua mensagem e levá-los a partilhá-la com os seus “amigos e seguidores”.
“Temos necessidade de valorizar as ‘vozes’ de muitos católicos presentes nos blogues, para que possam evangelizar, apresentar o ensinamento da Igreja e responder às perguntas dos outros”, concluiu.
A 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, um organismo consultivo convocado pelo Papa, tem como tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’ e decorre dos dias 7 a 28 deste mês, reunindo mais de 260 participantes – o maior número na história da instituição criada por Paulo VI, em 1965.
Fonte: Agência Ecclesia
Jornalista: Natalia Zimbrão

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um estilo cristão de presença no mundo digital


Enormes oportunidades nas novas mídias para expandir as fronteiras da evangelização

VATICANO, segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - Apresentamos abaixo a intervenção do pe. Marco Tasca, ministro geral da Ordem Franciscana dos Frades Menores Conventuais, na Nona Congregação Geral do Sínodo dos Bispos, em 13 de outubro de 2012.

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Como sexto cenário a ser lido e decifrado neste Sínodo, depois dos cenários cultural, migratório, econômico, político, científico e tecnológico, os números 59 a 62 do instrurnentum laboris nos indicam o cenário da comunicação.
Aqui nós não apenas temos que observar a difusão massiva dos meios de comunicação, mas o fato de que hoje vivemos numa verdadeira cultura das mídias de massa.
Hoje, a maioria dos homens e das mulheres organizam a sua vida profissional e emocional, recreativa e relacional com base nos meios de comunicação, especialmente a internet e os smartphones. A mídia constitui, sem dúvida, uma grande oportunidade.
“Nos meios de comunicação”, escreve o beato João Paulo II, “a Igreja encontra um apoio precioso para difundir o Evangelho. Ela os emprega de bom grado para fornecer informações sobre si mesma e para expandir os limites da evangelização, da catequese e da formação, considerando a sua utilização como uma resposta ao mandamento do Senhor: ‘Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura’ (Mc 16, 15)" (Carta Apostólica de24 de janeiro de 2005, núm. 7).
É uma questão de descobrir que "existe um estilo cristão de presença no mundo digital" (Mensagem do Santo Padre Bento XVI para a XLV Jornada Mundial das Comunicações Sociais: Verdade, Anúncio e Autenticidade de Vida na Era Digital, 24 de janeiro de 2011), que hoje deve ser cada vez mais caracterizada como uma proposta de perfil de identidade (inclusive digital), coerente e acolhedor.
A nova evangelização é uma questão de novas relações, a partir das quais é possível transmitir o anúncio explícito de Jesus Cristo como o salvador único e universal. Se a mídia é, por definição, massiva, então a perspectiva cristã que deve operar na mídia tem que levar ao entendimento da pessoa na sua singularidade, no seu ser destinatário da revelação de Deus. Assim, nós temos que desfrutar das muitas oportunidades que as novas fronteiras do cenário comunicativo nos oferecem.
Fonte: Zenit
Jornalista: Natalia Zimbrão

Os jovens são os "novos agentes" da evangelização


No Sínodo, o bispo auxiliar de Brasília pede para considerar os novos areópagos: educação, mídia, internet, arte

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - Publicamos a seguir a intervenção de Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo titular de Tisiduo e Auxiliar de Brasília, na décima Congregação Ordinária do Sínodo dos Bispos (13 de Outubro 2012).
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Gostaria de fazer referência aos sujeitos da transmissão da fé. A Lumen Gentium afirma que "Por sua vocação é próprio dos leigos buscar o reino de Deus tratando as coisas temporais e ordenando-as segundo Deus. [...] eles são chamados por Deus para contribuir, a partir de dentro, como fermento, da santificação do mundo exercitando o próprio trabalho sob a orientação do espírito evangélico, e desta forma manifestar Cristo aos outros principalmente com o testemunho da sua própria vida e com o resplandor da sua fé, da sua esperança e caridade” (LG 31).
A Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi recorda que "os leigos podem também sentir-se chamados ou ser chamados a colaborar com os seus Pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e vitalidade da mesma, exercitando ministérios muito diferentes, segundo a graça e os carismas que o Senhor lhes dispensar" (n. 73).
A Exortação Apostólica Christifideles laici é tomada na Conferência dos Bispos da América Latina em Santo Domingo, ao propor: "Que todos os leigos sejam protagonistas da nova evangelização, da promoção humana e da cultura cristã. É necessário a constante promoção do laicado, livre de todo clericalismo e sem redução ao intra-eclesial. Que os batizados não evangelizados sejam os principais destinatários da nova evangelização. Essa será efetivamente realizada se os leigos, conscientes do seu batismo, responderem ao chamado de Cristo de se converterem em protagonistas da nova evangelização” (n º 97).
A nova evangelização deveria levar em consideração como “novos agentes” da evangelização os jovens: jovens que evangelizam jovens. Prepará-los para a catequese, por meio da participação na vida da Comunidade da fé e das experiências missionárias para poder obrar na Comunidade e na sociedade. Considerar os novos areópagos dos mesmos jovens como o mundo da educação, da mídia, da internet, da arte e outros. Espaços essenciais para a nova evangelização.
Fonte: Zenit
Jornalista: Natalia Zimbrão

Para os membros do Sínodo, os meios de comunicação fazem parte do problema e parte da solução


A Igreja Católica tem que usar seus meios de comunicação e as redes sociais para difundir a fé, principalmente porque a grande parte dos meios que fazem cobertura sobre a igreja “estão cheio de mentiras”, disse o cardeal húngaro Peter Erdo de Esztergom-Budapest diante da assembleia sinodal.
Em toda a Europa exite “uma ignorância que se propaga sobre a fé cristã”, o qual se aumenta através das mídias que “informam mal o público sobre o conteúdo da nossa fé”, disse o cardeal diante dos bispos no dia 8 de outubro.
O cardeal Erdo, presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias, foi um dos oradores que partilhou sobre o estado da evangelização em diversas regiões do mundo. Cada um dos cincos fizeram menção sobre o papel das mídias e muitos insistiram sobre o dever da Igreja de usar as redes sociais para chegar até as novas gerações de Católicos. Acrescentou ainda que os europeus estão perdendo a consciência de quanto essencial foi o cristianismo para o desenvolvimento de suas culturas, da democracia e dos direitos humanos que tanto apreciamos. A perda, refletiu o cardeal é a “consequência de uma cultura áudio-visual”, na qual os conceitos claros e o pensamento lógico são ignorados.
Quanto ao arcebispo mexicano Carlos Aguiar Retes de Tlalnepantla, presidente do Conselho Episcopal Latino Americano, falou à assembleia sinodal que desde o Concílio Vaticano II os bispos da América Latina se focalizaram na edificação comunitária entrando em diálogo com o mundo que os rodeia e orientando os fiéis sobre o seu papel na transformação da sociedade.
Hoje em dia, disse ele, a Igreja tem que “se servir das novas tecnologias de comunicação para permitir que a vida e missão da Igreja sejam conhecidas e possam entrar em diálogo com o mundo”. Na cultura hodierna  “os meios de comunicação social são os que mais influenciam”. Além disso, afirmou o arcebispo, especialmente quando se tenta chegar às pessoas mais jovens, a Igreja tem que “fazer uso das redes sociais para espalhar a mentalidade Católica e suas respostas atuais para as questões culturais”. Os jovens estão buscando o sentido para as suas vidas, disse ele, e se a Igreja não estiver presente no seu mundo com respostas, eles terminarão por abandonar a sua busca de Deus.
O cardeal indiano Oscald Gracias, de Mumbai, presidente da Federação de Conferências Episcopais da Ásia, disse perante ao Sínodo, que a Ásia está experimentando o auge da tecnologia das comunicações. “Isto não pode ser visto como uma ameaça, mas sim como presentes de Deus para serem utilizados para espalharem a boa nova”. Disse ainda que a Igreja tem que ajudar os padres, os bispos e catequistas para que possam prepararem os jovens para o uso dos novos meios de comunicação e beneficiar-se com isto.
O arcebispo John A. Dew de Wellington, Nova Zelândia, presidente da Federação das Conferências Episcopais da Oceania, disse aos padres sinodais que até as mídias seculares tem ajudado na evangelização Católica através da atenção que têm dado declarando os santos da região.
Além de examinar os meios de comunicação, os informativos regionais no Sínodo mencionaram em quase todas as entrelinhas da vida eclesial, desde a importância da liturgia até o impacto positivo da imigração e desde o papel dos novos movimentos laicais até a necessidade de apoiar as famílias tradicionais.
O cardeal da Tanzânia, Polycarp Pengo de Dar es Salaam presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar, disse que o aumento do fundamentalismo islâmico na África é um desafio para a obra da Igreja no continente. Os católicos têm que “enfrentar a dificuldade de dialogar com a grande maioria de bons muçulmanos que, todavia, estão calados, e os pequenos grupos de fundamentalistas”, que não estão abertos ao diálogo.
Fonte: PCCS
Jornalista: Natalia Zimbrão

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dom Claudio Celli: a Nova Evangelização é um desafio comunicativo da Igreja

Ao término da primeira sessão dos trabalhos da XIII Assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos realizou-se, na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Vaticano, um encontro do qual participaram o arcebispo de Washington e relator-geral do Sínodo, Cardeal Donald Wuerl, e o presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli.

“Anunciar o Evangelho num contexto caracterizado pelas novas tecnologias. Esse é um dos principais desafios da nova evangelização”, afirmou Dom Celli ressaltando com precisão um dos temas mais difíceis que os Padres sinodais deverão abordar na definição dos objetivos da nova evangelização.

Por sua vez, o Cardeal Wuerl disse que dentre os principais temas evidenciados pelo Sínodo encontra-se o da recuperação de uma correta identidade católica: tanto entre os jovens adultos, quanto naqueles que se distanciaram da fé.

Ademais, o purpurado explicou que uma escassa consciência de identidade torna difícil também a relação e o diálogo em âmbito ecumênico. Uma das bases das quais partir novamente no complexo percurso da nova evangelização nos é dada pelo Catecismo da Igreja Católica, do qual estamos para celebrar o 20º aniversário.

Mas como transmitir corretamente a mensagem evangélica, a Palavra de Jesus no atual contexto social, como encontrar o método justo? Dom Celli falou aos jornalistas de uma Igreja que por sua natureza deve anunciar o Evangelho, e se não o faz, trai a sua vocação.

O problema não é tecnológico, mas de método: “É preciso entender como a Igreja pode dialogar com os homens e as mulheres de hoje, entrando em sintonia com eles, partilhando alegrias, esperanças, dificuldades e tensões”, explicou o presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.

A Igreja, Mestra, deve voltar a ser também Mãe colocando-se ao lado do homem com profunda simpatia. (RL)

Fonte: Rádio Vaticano
Jornalista: Natalia Zimbrão 

domingo, 7 de outubro de 2012

Liberdade de Expressão: até mesmo direitos fundamentais devem ser exercidos sem abusos


A Constituição Brasileira declara, no seu artigo primeiro, que nosso País é um Estado Democrático de Direito que tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Estes são os chamados Princípios Fundamentais de nosso País. Cada uma das expressões mencionadas traduz valores fundamentais, que devem ser compreendidos e respeitados. Por exemplo, a soberania traduz a independência do Brasil, e o fato de que nosso País não se curva à vontade de outras nações. Já a Cidadania, é um atributo que torna uma pessoa apta a participar da política do País, votando e sendo votado. Somente compreendendo os princípios que orientam nosso Estado poderemos observá-los e respeitá-los adequadamente. Esses Princípios enunciam valores que devem irradiar-se de todos os atos da comunidade brasileira, sendo observados e respeitados por cada cidadão que a forma. Somente assim pode-se alcançar a paz social tão desejada por todos.
Essa mesma Constituição que define Princípios também assegura a todos que aqui vivem certos Direitos Fundamentais, que são, na verdade, os direitos humanos, que protegem as pessoas contra abusos praticados por quem quer que seja. Esses Direitos também devem ser compreendidos, para que possam ser adequadamente exercidos e respeitados.
Um desses Direitos Fundamentais é a Liberdade de Expressão. Trata-se, sem dúvida alguma, de um dos mais importantes, que foi conquistado após muitos anos  ao longo da história mundial. A Liberdade de expressão é protegida em todos os países civilizados nos quais a liberdade impera.
Por outro lado, a Constituição de nossa República, entre os mesmos Direitos Fundamentais, também estabelece ser “inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Trata-se de outro Direito Fundamental, tão importante quanto a liberdade de expressão.
Desta forma, não é permitido a ninguém, supostamente em nome da Liberdade de expressão, ferir crenças religiosas, utilizando de forma desrespeitosa símbolos sagrados para milhões de pessoas.
É fácil verificar que mesmo os Direitos Fundamentais são limitados por outros direitos fundamentais. Resta claro que a Liberdade de expressão deve ser exercida de forma responsável, de modo que se respeitem os direitos alheios, porque todo o direito exercido de forma abusiva converte-se em um mal.
Atitudes que, em nome da Liberdade de expressão, excedem os limites morais e éticos geram o caos social, a vingança e o ódio entre as pessoas, ameaçando até mesmo a paz, como se tem assistido em conflitos entre culturas diferenciadas, com reflexos nas comunidades internacionais.
Lamentavelmente têm sido frequentes esses abusos praticados em nome da Liberdade de expressão. Muitas pessoas, em busca desesperada por alguns minutos de exposição na mídia desprezam os direitos alheios e os lançam por terra, enlameando vidas, culturas, valores e até mesmo a fé. Zombam, caricaturam e ridicularizam o que têm de mais sagrado nos corações de outras pessoas, almejando apenas ganhos pessoais. Alguns grupos fundamentalistas destroem verdadeiras obras de arte do passado em razão de suas atuais crenças. Assistimos aqui no Brasil a outros tipos de fundamentalismos. É muito sério o posicionamento desses grupos diante de valores e símbolos que nosso povo venera, e que fazem parte de nossa cultura.
Nosso Estado é laico, não tendo religião oficial ou oficiosa. Mas, como já visto, por ser um Estado Democrático de Direito, o Brasil assegura a liberdade de consciência, a profissão da própria fé, bem como a proteção ao culto e à liturgia, que abrange a proteção dos símbolos que marcam a crença de cada brasileiro. O Estado, ao consagrar em sua Constituição esses Direitos, tem o inafastável dever de protegê-los, assegurando a liberdade religiosa e o devido respeito para com seus símbolos.
Fato notório nestes dias ocorrido em um órgão de imprensa escrita: desrespeitou a fé religiosa e cultural de nossa formação pátria. A pretexto de comentar críticas a fatos ocorridos nos esportes, uma revista publicou o signo sagrado da cruz, que se ergueu soberana sobre o sangue dos mártires, nela substituindo a imagem do Filho de Deus que por nós deu a vida, como Cabeça de todos os mártires – na expressão de Santo Agostinho – pela de um atleta. Repudiamos o ocorrido que gerou dentro de todos os que professam a fé católica uma dor muito grande, ao ver um símbolo nosso profanado dessa forma.
Feriu-se também a mente e o coração de todos os que reconhecem os valores do Evangelho e das pessoas de bom senso e boa vontade. Poderíamos enumerar muitos outros fatos, como fotomontagens, charges ou escritos que têm ferido, última e constantemente, o sentimento cristão de nosso povo. Infelizmente este fato não foi o único que ocorreu nesses últimos tempos, em que também se vê a ridicularização da Palavra de Deus usada como galhofa nas representações cênicas, ou mesmo a tentativa de caracterização negativa da figura de um sacerdote e de outros representantes cristãos ou não.
Foi um longo caminho da humanidade até se chegar a este momento em que se assegura a igualdade de todos e o respeito às divergências. A sociedade não pode se calar diante de tais transgressões abusivas e desrespeitosas que disfarçadas de liberdade de expressão, aviltam o que é mais caro a outras pessoas, apenas para a satisfação de propósitos egoísticos.
Um órgão de imprensa, formador de opiniões através da análise dos fatos, até mesmo quando quer satirizar tem o dever primordial de fazê-lo criteriosamente. Há um provérbio milenar que pode servir como orientação a casos como o que a Revista quer expor, e que diz que “rindo se corrige os costumes”. Há muitos meios de se fazer uma brincadeira, um comentário alegre e até mesmo uma cobrança de atitudes, sem necessidade de ofender a quem quer que seja.
Pelo que se sabe, o responsável pela publicação teria tentado justificar-se nesse caso, dizendo que não tinha intenção de profanar o símbolo cristão. Mas, infelizmente, o fez e a publicação já percorre o País nesta semana, causando mal-estar a todos os que na cruz de Cristo reverenciam o seu amor. A veiculação da imagem não denotou criatividade alguma, e muito menos qualquer ousadia, sendo apenas inadequada, desrespeitosa e ofensiva.  Podemos afirmar que não se coaduna com a moral ou com a ética a veiculação de textos ou imagens que agridem e ofendem, com o propósito único de obter promoção.
Nestes tempos em que necessitamos dos valores morais e espirituais para o nosso povo cansado e angustiado por tantos escândalos acontecem esses lamentáveis fatos. A história deverá julgar os caminhos que estão sendo percorridos atualmente em nossa sociedade ocidental. Resta a certeza de contarmos com o apoio da sociedade, que tem compreendido que exemplos de mau jornalismo, que em razão de evidente falta de conteúdo buscam apenas polemizar, ao invés de informar, merecem apenas o esquecimento.
Em Nota Oficial, a nossa Conferência Episcopal (CNBB) pede a conscientização da Comunidade Cristã sobre o fato, a que deve repudiar e denunciar com os ideais evangélicos do respeito aos que erram e prosseguir no seu trabalho de evangelização, para que sejam sempre respeitados os direitos da pessoa e se possa viver na paz.
 + Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Presidente do Regional Leste 1
Fonte: CNBB Leste1

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A questão de Deus no continente digital de S. E. Dom Claudio M. Celli


O “Lineamenta”, redigido pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, em vista dos trabalhos da próxima Assembléia Geral Ordinária, dedica 4 parágrafos (59-62) ao tema das mídias no contexto da nova evangelização, com um títolo muito significativo: «As novas fronteiras do cenário comunicativo».
O documento reconhece que o atual mundo da comunicação “oferece enorme possibilidade e representa um dos grandes desafios da Igreja” (n.59), que as “novas tecnologias digitais deram origem a um verdadeiro e próprio espaço social, cujos laços são capazes de influir sobre a sociedade e sobre a cultura” (n.60) e que “da influência que eles exercem depende da percepção de nós mesmos, dos outros e do mundo” (n.60).
Desta forma, emerge claramente à consciência que nos encontramos diante de uma cultura – as recentes interversões do Magistério Pontifício falam de uma “cultura digital” – tendo como origem as novas tecnologias comunicativas e que estas sejam um grande desafio para a comunidade eclesial.
Mesmo porque durante os trabalhos da próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodos, coincide com o 50° aniversário de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, isto me parece não só interessante, mas também uma oportunidade de retornar, antes de tudo, ao documento fundante da reflexão eclesial sobre os instrumentos de comunicação social, direi o Decreto Conciliar “Inter Mirifica”, aprovado em 4 de dezembro de 1963.
Os padres conciliares, levando em consideração que se tratava das “maravilhosas invenções técnicas”, que “dizem respeito, principalmente, ao espírito humano e que abriram novos caminhos para comunicar facilmente notícias, ideias e ordens” (n.1), também são amplamente conscientes de que tem muita ressonância com os “instrumentos que, por sua natureza podem movimentar não somente uma singela pessoa, mas também às multidões e a toda a sociedade humana” (n.1) e “que contribuem eficazmente para unir e cultivar os espíritos e propagar e afirmar o reino de Deus” (n.2).
Nesta perspectiva, o Decreto afirma que a Igreja “considera parte da sua missão servir-se dos instrumentos de comunicação social para pregar aos homens a mensagem de salvação e ensinar-lhes o uso recto destes meios” (n.3)
Esta visão das mídias como “instrumentos” prevalecerá nos anos seguintes do Magistério, ou seja, a Instrução Pastoral sobre as Comunicações Sociais “Communio et Progressio”, publicada pela Pontifícia Comissão para as Comunicações Sociais, em 23 março 1971, e a Instrução Pastoral “Aetatis Novae” publicada pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais – este é o seu novo nome – em 22 de fevereiro de 1992, e as várias intervenções do Papa Paulo VI.
Seria suficiente recordar, a este propósito, uma significativa passagem da exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi” onde o Papa Paulo VI, referindo-se aos meios de comunicação sociais, afirma que “postos ao serviço do Evangelho, tais meios são susceptíveis de ampliar, quase até ao infinito, o campo para poder ser ouvida a Palavra de Deus e fazem com que a Boa Nova chegue a milhões de pessoas” (n.45). A questão é tão séria e fundamental para a comunidade dos discípulos do Senhor que o Papa não tem nenhuma dificuldade de reconhecer que: “A Igreja viria a sentir-se culpável diante do seu Senhor, se ela não lançasse mão destes meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados. É servindo-se deles que ela “proclama sobre os telhados”, a mensagem de que é depositária. Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito” (n.45).
Grande parte do mundo comunicativo mudará radicalmente com o descobrimento e a ampla difusão das novas tecnologias que, como ressaltam os estudiosos, não serão mais vistos como simples instrumentos, mas transformados em verdadeiros e próprios ambiente de vida.
Somente os dois últimos Sumos Pontífices – o Beato João Paulo II e Bento XVI – , a colocar na luz estes acontecimentos no campo da comunicação e perceberem, com lucidez pastoral, os consequentes desafios e oportunidades para a ação evangelizadora da Igreja.
O Beato João Paulo II, na Carta Apostólica “O rápido desenvolvimento”, (2005) relevou com clareza que: “os meios de comunicação social alcançaram tal importância que se tornaram para muitos o principal instrumento de guia e de inspiração para os comportamentos individuais, familiares e sociais. Trata-se de um problema complexo, visto que esta cultura nasce, ainda antes do que dos conteúdos, do próprio fato que existem novos modos de comunicar com técnicas e linguagens inéditas” (n.3).
Portanto, “A Igreja (…) não está chamada unicamente a usar os mass media para difundir o Evangelho mas, hoje como nunca, está chamada também a integrar a mensagem salvífica na “nova cultura” que os potentes instrumentos da comunicação criam e amplificam. Ela sente que o uso das técnicas e das tecnologias da comunicação contemporânea é parte integrante da sua missão no terceiro milênio” (ibidem, n.2).
Sobre a mesma linha se coloca o Magistério do Papa Bento XVI quando, na Mensagem para a 43° Dia Mundial das Comunicações Sociais (2009), escreve: “Senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida!” e, referindo-se ao delicado tema da relação entre evangelização e novas linguagens, acrescentou: “Nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização, para ser frutuosa, requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização”.
Estes textos do Magistério, acima citados, ajudam a compreender que a missão evangelizadora da Igreja não pode encontrar a sua plena realização somente na capacidade tecnológica-comunicativa, mesmo a mais moderna e sofisticada. Já o Papa Paulo VI recordava a todos nós que “para a Igreja, o testemunho de uma vida autenticamente cristã, entregue nas mãos de Deus, numa comunhão que nada deverá interromper, e dedicada ao próximo com um zelo sem limites, é o primeiro meio de evangelização” (EN, n.41).
Todavia, sempre Paulo VI frisava, ao mesmo tempo, que “este problema do ‘como evangelizar’ apresenta-se sempre atual, porque as maneiras de o fazer variam em conformidade com as diversas circunstâncias de tempo, de lugar e de cultura, e lançam, por isso mesmo, um desafio em certo modo à nossa capacidade de descobrir e de adaptar. A nós especialmente, Pastores da Igreja, incumbe o cuidado de remodelar com ousadia e com prudência e numa fidelidade total ao seu conteúdo, os processos, tornando-os o mais possível adaptados e eficazes, para comunicar a mensagem evangélica aos homens do nosso tempo” (EN. n.40).
Acredito que também hoje, sejam necessários audácia e sabedoria no nosso ministério pastoral para encontrar outras vias e capacidades de usar novas linguagens para evangelizar, em um contexto onde o homem é sobrecarregado de mensagens ou de não poucas respostas às perguntas que antes não eram nem mesmo mencionadas. A tensão na busca da verdade, que constitui a mais autêntica dimensão da dignidade do homem, também deve ter espaço em uma multiplicidade de informações que assaltam o homem hodierno no seu caminho existencial.
Se trata também da busca, muitas vezes sofrida, de Deus e como dizia o Papa Bento XVI: “Como primeiro passo da evangelização devemos procurar ter uma tal busca; devemos preocuparmo-nos de que o homem não deixe de lado a pergunta sobre Deus, mas a tenha como questão essencial da sua existência. Ter a preocupação que eles aceitem tal interrogação e a saudade que nela se oculta” (Discurso dirigido à Cúria Roma, 21/12/2009).
Me parece que, em maneira quanto mais apropriada, o “Lineamenta” afirme a este respeito: “As comunidades cristãs puderam, pois, aprender que hoje a missão não é mais um movimento Norte-Sul ou Oeste-Este, porque é preciso desvincular-se dos limites geográficos. (…) Desvincular-se dos limites geográficos significa ter a capacidade para colocar a questão de Deus em todos aqueles processos de encontro, mistura, reconstrução das relações sociais que estão em curso por toda a parte” (n.70).
Neste campo joga-se um papel particular das novas tecnologias comunicativas que, como dizia acima, dão origem a uma verdadeira e própria cultura digital, favorecendo também a configuração de uma sociedade caracterizada pelo fenômeno da globalização.
Uma vez que a fé prevê um encontro pessoal com Jesus Cristo, a ação evangelizadora deverá prestar uma atenção especial à concreta e singular situação do destinatário do anúncio, respeitando o absoluto primado da relação com a pessoa. Neste contexto, acredito que seja de dever recordar a importância das várias linguagens com as quais somos chamados a anunciar o Evangelho ao homem de hoje, na sua dolorosa consciência que, pouco a pouco, as futuras gerações – particularmente no continente europeu – crescerão sem conhecer os conteúdos fundamentais do anúncio evangélico e a mesma simbologia cristã.
Qual linguagem usar para que Jesus Cristo seja anunciado ao homem de hoje e possa assim interpelar o coração de cada ser humano? Penso que esta seja um dos desafios mais importantes e urgentes para a missão salvadora da Igreja no mundo contemporâneo. Caráter eminentemente interpessoal da evangelização, e testemunho em todos os sentidos, parecem a primeira vista dois aspectos em contraste com as características do mundo comunicativo de hoje e a fundamental missão da Igreja. A dimensão digital parece mal relacionar-se com a exigência de algo concreto ligado ao caminho de evangelização, e ao mesmo tempo se pode dizer, da perspectiva globalizante quase impessoal da rede que parece estar em estridente oposição com as necessárias dimensões pessoais – falemos de espírito, de coração – do relacionamento do ser humano com Deus em Jesus Cristo.
Não nego que existe de fato certas posições suspeitosas e críticas no confronto das novas tecnologias – o Lineamenta menciona certos limites no artigo 62 – mas é verdade que isso fez com que crescesse ainda mais as capacidades de conhecimento e relação do homem e as redes sociais que são o ambiente existencial de centenas de milhões de pessoas, conectadas em rede.
Que grande oportunidade e desafio para a comunidade de fiéis em Cristo, que têm nas suas mãos a palavra da vida!
Por este motivo é urgente o convite que o Papa Bento XVI dirigiu em 2010 através da Mensagem para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais: “O desenvolvimento das novas tecnologias e, na sua dimensão global, todo o mundo digital representam um grande recurso, tanto para a humanidade no seu todo como para o homem na singularidade do seu ser, e um estímulo para o confronto e o diálogo. Mas aquelas apresentam-se igualmente como uma grande oportunidade para os crentes. De facto nenhum caminho pode, nem deve, ser vedado a quem, em nome de Cristo ressuscitado, se empenha em tornar-se cada vez mais solidário com o homem. Por conseguinte e antes de mais nada, os novos media oferecem aos presbíteros perspectivas sempre novas e, pastoralmente, ilimitadas, que os solicitam a valorizar a dimensão universal da Igreja para uma comunhão ampla e concreta”.
Acredito que o Papa seja plenamente consciente dos limites das novas tecnologias e de certa influência negativa que esta pode exercitar especialmente sobre o mundo juvenil, mas mesmo assim, não o teme, ao contrário, convida a Igreja “a exercer uma «diaconia da cultura» no atual «continente digital». (…) Com o Evangelho nas mãos e no coração, é preciso reafirmar que é tempo também de continuar a preparar caminhos que conduzam à Palavra de Deus, não descurando uma atenção particular por quem se encontra em condição de busca, mas antes procurando mantê-la desperta como primeiro passo para a evangelização”.
E a reflexão pontifícia prevê a criação de uma “pastoral no mundo digital”, chamada a “incluir também aqueles que não creem, se encontram sem esperança e tem no coração o desejo do absoluto e da verdade duradouro, do momento que os novos meios consentem de entrar em contato com os seguidores de cada religião, com os não crentes e pessoas de cada cultura”. (Mensagem para o XLIV Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2010).
Prosseguindo nesta linha o Papa se pergunta – usando uma imagem audaciosa mas significativa – se a web não possa abrir espaço – como o átrio dos gentios, do Templo de Jerusalém – também àqueles para os quais Deus é ainda um desconhecido. (Cfr. Mensagem para a XLIV Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2010).
Os textos do Magistério papal acima retomados são palavras pastoralmente iluminadas que podem ajudar, à vigília dos trabalhos do próximo Sínodo, a refletir com “audácia e sabedoria”, sobre o grande desafio que as novas tecnologias comunicativas colocam no caminho da evangelização, percebendo também as grandes oportunidades.
Fonte: PCCS

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Muticom será lançado dia 31

Uma programação está sendo preparada para o lançamento do 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação, marcado para o dia 31 de outubro. Pela manhã, das 9 às 11 horas, será desenvolvida uma programação, no auditório do Laboratório de Comunicação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, campus de Natal.



Na ocasião, haverá uma palestra sobre o tema do Mutirão – “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”, proferida pelo Padre Ermanno Alegri, diretor da Agência de Notícias Adital, de Fortaleza (CE). Além da palestra, haverá a divulgação da programação e da canção do 8º Muticom.
 
Ainda, no dia 31, das 14 às 15 horas, a Rádio Rural de Natal levará ao ar um programa especial sobre o Mutirão. “Nesse programa, teremos a participação de várias pessoas, como a Irmã Élide Fogolari, assessora da Comissão de Comunicação, da CNBB; da Irmã Helena Corazza, presidente da Signis Brasil; dos coordenadores das equipes de preparação do Mutirão, e de pessoas de vários estados do Brasil, que já estão se preparando para vir a Natal, no próximo ano, para participar do evento”, explica Cacilda Medeiros, coordenadora da Equipe de Comunicação. O programa será transmitido, também, por várias outras emissoras de rádio.

“O Mutirão só será realizado no período de 27 de outubro a 01 de novembro de 2013. Decidimos fazer esse momento de lançamento, exatamente um ano antes, para dar oportunidade de as pessoas, especialmente as que residem em outros estados, se preparem para participar do encontro”, diz o coordenador geral do Mutirão, Padre Edilson Nobre.

O Mutirão Brasileiro de Comunicação é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – e Signis Brasil, conjuntamente com outras instituições.

Fonte: Muticom
Jornalista: Natalia Zimbrão