terça-feira, 16 de outubro de 2012

Para os membros do Sínodo, os meios de comunicação fazem parte do problema e parte da solução


A Igreja Católica tem que usar seus meios de comunicação e as redes sociais para difundir a fé, principalmente porque a grande parte dos meios que fazem cobertura sobre a igreja “estão cheio de mentiras”, disse o cardeal húngaro Peter Erdo de Esztergom-Budapest diante da assembleia sinodal.
Em toda a Europa exite “uma ignorância que se propaga sobre a fé cristã”, o qual se aumenta através das mídias que “informam mal o público sobre o conteúdo da nossa fé”, disse o cardeal diante dos bispos no dia 8 de outubro.
O cardeal Erdo, presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias, foi um dos oradores que partilhou sobre o estado da evangelização em diversas regiões do mundo. Cada um dos cincos fizeram menção sobre o papel das mídias e muitos insistiram sobre o dever da Igreja de usar as redes sociais para chegar até as novas gerações de Católicos. Acrescentou ainda que os europeus estão perdendo a consciência de quanto essencial foi o cristianismo para o desenvolvimento de suas culturas, da democracia e dos direitos humanos que tanto apreciamos. A perda, refletiu o cardeal é a “consequência de uma cultura áudio-visual”, na qual os conceitos claros e o pensamento lógico são ignorados.
Quanto ao arcebispo mexicano Carlos Aguiar Retes de Tlalnepantla, presidente do Conselho Episcopal Latino Americano, falou à assembleia sinodal que desde o Concílio Vaticano II os bispos da América Latina se focalizaram na edificação comunitária entrando em diálogo com o mundo que os rodeia e orientando os fiéis sobre o seu papel na transformação da sociedade.
Hoje em dia, disse ele, a Igreja tem que “se servir das novas tecnologias de comunicação para permitir que a vida e missão da Igreja sejam conhecidas e possam entrar em diálogo com o mundo”. Na cultura hodierna  “os meios de comunicação social são os que mais influenciam”. Além disso, afirmou o arcebispo, especialmente quando se tenta chegar às pessoas mais jovens, a Igreja tem que “fazer uso das redes sociais para espalhar a mentalidade Católica e suas respostas atuais para as questões culturais”. Os jovens estão buscando o sentido para as suas vidas, disse ele, e se a Igreja não estiver presente no seu mundo com respostas, eles terminarão por abandonar a sua busca de Deus.
O cardeal indiano Oscald Gracias, de Mumbai, presidente da Federação de Conferências Episcopais da Ásia, disse perante ao Sínodo, que a Ásia está experimentando o auge da tecnologia das comunicações. “Isto não pode ser visto como uma ameaça, mas sim como presentes de Deus para serem utilizados para espalharem a boa nova”. Disse ainda que a Igreja tem que ajudar os padres, os bispos e catequistas para que possam prepararem os jovens para o uso dos novos meios de comunicação e beneficiar-se com isto.
O arcebispo John A. Dew de Wellington, Nova Zelândia, presidente da Federação das Conferências Episcopais da Oceania, disse aos padres sinodais que até as mídias seculares tem ajudado na evangelização Católica através da atenção que têm dado declarando os santos da região.
Além de examinar os meios de comunicação, os informativos regionais no Sínodo mencionaram em quase todas as entrelinhas da vida eclesial, desde a importância da liturgia até o impacto positivo da imigração e desde o papel dos novos movimentos laicais até a necessidade de apoiar as famílias tradicionais.
O cardeal da Tanzânia, Polycarp Pengo de Dar es Salaam presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar, disse que o aumento do fundamentalismo islâmico na África é um desafio para a obra da Igreja no continente. Os católicos têm que “enfrentar a dificuldade de dialogar com a grande maioria de bons muçulmanos que, todavia, estão calados, e os pequenos grupos de fundamentalistas”, que não estão abertos ao diálogo.
Fonte: PCCS
Jornalista: Natalia Zimbrão

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