A RIIBRA (Rede de Informática da Igreja no Brasil) está sendo implantada nos regionais e dioceses mediante encontros e cursos com formação específica na área da web e mídias digitais.
O objetivo da Rede é viabilizar a ação evangelizadora, articulada em rede, para torná-la mais dinâmica, além de ampliar o espaço de escuta, comunhão e colaboração.
O A12.com conversou com o responsável pela RIIBRA, padre Clovis Andrade de Melo, assessor da Comissão Episcopal Pastoral da Comunicação que falou sobre o projeto que preocupa-se com a realização de uma pastoral digital.
A12 - Atualmente como caminha o trabalho da RIIBRA?
Padre Clóvis - A RIIBRA iniciou seus trabalhos oficialmente em janeiro de 2012 e durante o 3º Encontro Nacional da Pascom foi apresentada aos comunicadores da Igreja no Brasil. A partir deste evento, a Comissão para a Comunicação passou articular e promover as iniciativas já existentes na Igreja na área da web e da informática.
Atualmente, a RIIBRA está sendo implantada nos regionais e dioceses mediante encontros e cursos com formação específica na área da web e mídias digitais. Tem dado atenção especial a implantação da Episcopo.net, uma plataforma de comunicação desenvolvida para os bispos da Igreja na América Latina e Caribe. Esta plataforma conta com uma ferramenta moderna de videoconferencia que beneficia a ação pastoral dos bispos e sua relação com os presbíteros e lideranças da Igreja.
Outra iniciativa consiste na realização de encontros de formação na área da web para a Pascom em todos os Regionais da Igreja, mediante laboratórios de criação de sites, blogs, redes sociais digitais e outras ferramentas importantes para a realização de uma pastoral digital.
A12 - Como seria o trabalho, em rede, ideal para a comunicação digital da Igreja?
Padre Clóvis - A Igreja no Brasil, em sua amplitude, conta com 275 dioceses e cerca de 11.300 paróquias. Integrar toda essa realidade com recursos de informática é um desafio e uma iniciativa que virá a médio prazo. Para o momento atual, o trabalho em rede precisa começar a partir da articulação das dioceses e paróquias, favorecendo o fluxo das informações importantes, como horários de missas, endereços, contatos, ações de cada paróquia, notícias de interesse dos fiéis e também abertura de canais de diálogo e escuta nos meios já disponíveis, como os sites, blogs e perfis nas redes digitais.
Com o avanço das tecnologias de informação e o fácil acesso a esses recursos, a Igreja pode e deve beneficiar-se deles para que a evangelização seja contextualizada e adequada a essas linguagens, respondendo, assim, aos apelos do Papa Francisco, em sua última mensagem para o Dia Mundial das Comunicações:
“Não basta circular pelas ‘estradas’ digitais, isto é, simplesmente estar conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos. Precisamos amar e ser amados. Precisamos de ternura. Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação. O próprio mundo dos meios de comunicação não pode estar alheio à solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura. A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de cabos, mas de pessoas humanas.”
A12 - Qual o papel do leigo para o sucesso do trabalho da RIIBRA?
Padre Clóvis - Os leigos têm um papel fundamental em toda ação evangelizadora da Igreja, especialmente a comunicação. Neste sentido, a Igreja faz um apelo, sobretudo aos jovens que são os nativos digitais, envolvidos no contexto da web e das mídias digitais, para que se engajem nos trabalhos da Igreja, contribuindo com sua experiência afim de que se constitua em cada paróquia uma pastoral digital. Deste modo, a Igreja se fará cada vez mais presente neste ambiente das mídias digitais, dando seu importante testemunho de seguimento de Jesus Cristo.
A12 - Como o senhor analisa a comunicação digital da Igreja no Brasil, já está bem encaminhada ou ainda falta alguns passos para um trabalho completo de informação e evangelização, porquê?
Padre Clóvis - Existem significativas experiências de comunicação digital na Igreja do Brasil. Muitas dioceses têm uma presença atuante na web mediante a produção qualificada de sites. Existem, também, portais católicos dedicados a notícias, outros de prestação de serviços que tem contribuído para a comunicação e a evangelização.
Um importante passo consiste numa melhor articulação dessas iniciativas, por vezes isoladas. Para isso, é importante que se estabeleça momentos de diálogo, de partilha e de crescimento, um primeiro momento de diálogo irá acontecer durante o 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação.
A12 - Qual a expectativa para o futuro da comunicação digital da Igreja?
Padre Clóvis - A Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação vem se esforçando, há muitos anos, para que a comunicação na Igreja se estabeleça e se efetive de maneira bonita e concreta, isso se verifica pela beleza das pastorais da comunicação de cada diocese. A RIIBRA nasceu com o objetivo de oferecer à Igreja uma contribuição para que essa longa trajetória da Pastoral da Comunicação e de outras pastorais se efetive também no contexto da cultura digital. O 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação certamente será um grande impulso para a ação evangelizadora da Igreja no ciberespaço.
A RIIBRA estará no 4ª Encontro Nacional da Pascom (Pastoral da Comunicação)que acontecerá em julho em Aparecida (SP).
Padre Clóvis contou que a RIIBRA está participando ativamente da preparação do Encontro promovendo a criação do hotsite do evento, lançado recentemente, e que contem informações importantes para os interessados no encontro. Também está responsável pela informatização das inscrições.
O tema do 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação é “Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital” em sintonia com os projetos da RIIBRA. Além de uma ampla reflexão sobre a cultura digital e a evangelização durante o encontro , dois seminários serão especificamente focados na RIIBRA: “Teoria e prática na web” e “Teoria e prática na convergência midiática”.
Fonte: A12
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