sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Biblioteca do Vaticano disponibiliza manuscritos na web. Veja a entrevista com o Prefeito da Biblioteca.

Após 2 anos de trabalho, um primeiro grupo de 256 manuscritos digitalizados pela Biblioteca Apostólica Vaticana, provenientes do Fundo Palatino, foram disponibilizados nesta quarta-feira, 30, no site da biblioteca papal www.vaticanlibrary.va. Trata-se de uma primeira etapa de um projeto mais amplo que prevê a digitalização de 80 mil manuscritos conservados no seu acervo, graças à ajuda de alguns patrocinadores e com o uso de novas tecnologias.

O Prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana, Dom Cesare Pasini, falou aos microfones da Rádio Vaticano sobre esta iniciativa:

Dom Cesare Pasini: “É um pequeno passo, mas muito aguardado. Deveria ter sido no ano passado, mas no final conseguimos fazer com alguns dias de atraso. Estamos muito felizes de poder dizer ao mundo que tomou forma o projeto de tornar acessíveis os manuscritos da Biblioteca do Vaticano via web, que podem ser estudados de qualquer parte do mundo”.

P.: Quanto tempo e quanto esforço foi necessário para dar este primeiro, mas importante passo?

Dom Cesare Pasini: “Foram necessários 2 anos de trabalho para a programação. Depois, há cerca de um ano começamos a concretizar a digitalização dos manuscritos. Entre outras coisas, estavam envolvidos também outros projetos mais parciais. Por exemplo, os manuscritos que agora disponibilizamos, a maior parte deles vem da biblioteca de Heidelberg. Estes manuscritos foram digitalizados graças a um entendimento muito interessante ocorrido há alguns anos entre a Biblioteca da Universidade de Heidelberg e a biblioteca Apostólica Vaticana”.
P.: Qual é a filosofia que está por trás desta escolha de colocar à disposição de todos, na Rede, na web, estes que são os “exemplares” mais preciosos da Biblioteca do Papa?

Dom Cesare Pasini: “É a filosofia de sempre da Biblioteca Apostólica Vaticana, nascida com Nicolau V, Com Sisto IV e mais adiante com Sisto V, segundo a qual este bens da humanidade são tornados acessíveis àqueles que os queiram utilizar, conhecer e estudar. Inicialmente, naqueles séculos, era necessário vir a Roma e aqui consultá-los, mas as consultas e o acesso eram livres. Hoje o é da mesma forma: basta ter as características de uma pessoa que tenha conhecimento da abordagem desta documentação tão complexa. Ter esta liberdade de acesso aos manuscritos, na modalidade moderna, significa fazê-los chegar também através a web, com imagens digitalizadas”.

P.: O senhor poderia indicar algum dos manuscritos mais notável entre estes primeiros 256 colocados na rede?

Dom Cesare Pasini: “Existe, por exemplo, um famoso, que faz parte da coleção dos manuscritos palatinos, indicado como ‘De arte venandi cum avibus’, isto é, ‘caça aos pássaros’: um famoso volume de Federico II, ilustrado com particularidades muito detalhistas sobre como eram representados os pássaros e como se fazia a caça. Este, talvez, seja o mais famoso entre os 256 manuscritos colocados na web agora. Depois, existem aqueles manuscritos medievais, usados nos mosteiros…”!

P.: Na Biblioteca Vaticana existe um projeto maior de digitalização, que no entanto é formado também por tantos outros projetos menores…..

Dom Cesare Pasini: “De fato, estamos digitalizando manuscritos chineses, manuscritos do Grupo Alamire, de um músico e copista de manuscritos musicais. Depois, existe um grande projeto ligado a uma colaboração com a Biblioteca de Oxford. Serão digitalizados ainda os incunábulos, os manuscritos gregos, possivelmente também os manuscritos hebraicos. Nós temos sido capazes de organizar alguns procedimentos graças a um acordo e também ao patrocínio de empresas como a EMC e internacional DEDAGROUP Dedanext. Eles são os nossos principais patrocinadores fundamentais para seguir em frente com o projeto. Outras instituições, patrocinadores, ou outras pessoas, que queriam entrar para dar apoio, seriam bem-vindas. Aqueles que estão colaborando agora estão felizes de ter outros colaboradores e não existe ciúmes neste projeto”.

Fonte: Rádio Vaticano

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