O sacerdote jesuíta, que também é Diretor da Rádio Vaticano, sublinhou que cada Pontífice tem o seu modo de trabalhar, e que a espontaneidade e agilidade de Francisco agradam a todos, “antes de tudo a mim”. O Papa Francisco - explicou -, tem “um estilo comunicativo novo e imediato. Pega o telefone e chama”, e isto não chega a mim através da estrutura. “Isto é muito bonito, tem um sentido de novidade, criatividade e espontaneidade. Mas, naturalmente, eu devo aprender qual a melhor forma de trabalhar com este novo estilo”.
Cada Papa tem o seu próprio estilo. “Bento XVI – explicou Lombardi – trabalhava bem diferente do Papa Wojtyla, muito integrado ao sistema da Secretaria do Estado”. “Em relação a Bergoglio, estamos atentos em ver como se movimenta, e, está claro que é muito diferente”, afirmou.
Para o sacerdote jesuíta, entender como comunicar o Vaticano, independente do Papa, é uma questão complexa: “Existem comunicações que vem de cima, decisões para comunicar à imprensa com explicações e comentários, ou às vezes, recebemos perguntas dos jornalistas. É necessário entender a qual interlocutor dirigir-se”.
A Sala de Imprensa da Santa Sé não é uma ‘porta-voz’ do Papa, mas uma ‘porta aberta ao diálogo com a imprensa’, disse Lombardi. “Estou contente que nestes últimos meses pude informar e falar de coisas bonitas e interessantes, enquanto nos anos passados, por exemplo, sobre os abusos sexuais, foi muito mais difícil”.
No Conclave e no pré-Conclave, Padre Lombardi viu uma “boa ocasião de dar informações e uma grande comunidade” de pessoas, obviamente não todos católicos nem todos especialistas em questões religiosas. E “ainda hoje colhemos os frutos disto: se desenvolveram relações muito boas com os jornalistas, uma conexão cotidiana com o mundo, que libera pequenas informações muito concretas, porém úteis”. A Sala de Imprensa da Santa Sé tem seus contatos em todo o mundo, nas instituições civis e, naturalmente, nos diversos setores vaticanos. Com o impacto da internet e do fluxo de notícias 24 horas, teve que se reorganizar.
A propósito do Conclave, Padre Lombardi recordou como tenha convidado - a quem lhe pedira para enviar um SMS com o nome do novo Papa assim que o soubesse -, a viver “o suspense com o povo de Deus, que espera escutar o nome pronunciado pelo proto-diácono. As pessoas tem necessidade desta experiência e tirar isto delas não é um bom serviço”. “Eu tentei fazer entender aos jornalistas – observou -, que nem sempre antecipar é o melhor caminho para fazer comunicação e quando se procura chegar antes, às vezes se comete um erro, mesmo um grande erro”.
Sobre o prêmio recebido, Lombardi disse: “agradeço, me sinto interpretado nas intenções, mas sobretudo nos resultados”. A idéia de comunicação como serviço que Lombardi encarna, está de acordo com o estilo de Papa Francisco.
Fonte: Rádio Vaticano
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