Foi durante a 49ª Assembleia Geral dos bispos no Brasil, realizada em maio de 2010, em Aparecida (SP), que aconteceu a criação da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação aprovada pela maioria dos bispos presentes ao evento. Até então, a comunicação era um setor da Comissão para a Cultura, Educação e Ensino Religioso. Desde a sua criação, compõem a Comissão dom Dimas Lara Barbosa (presidente), juntamente com dom Manoel Delson Pereira da Cruz e dom Orani João Tempesta e assessores Pe. Clovis Andrade de Melo e Ir. Élide Maria Fogolari.
Com a nova Comissão, os bispos brasileiros reconheciam que “É impossível, hoje em dia, cumprir o mandato de Cristo, sem utilizar as vantagens oferecidas por estes meios que permitem levar a mensagem a um número superior de homens” (Communio et progressio n. 126), utilizando a velocidade e as linguagens que cada meio oferece para chegar a todos no “continente digital”.
Iniciativas
No entanto, a atuação e a preocupação pastoral da CNBB com a comunicação é muito anterior. No desejo de comunicar suas atividades e decisões, criou diversos veículos de comunicação, tanto em nível interno como externo. Já em 1952, criou o Comunicado Mensal, que realiza um resumo de toda a ação da entidade.
Na preparação para o Concílio Vaticano II, a CNBB publicou o Concílio em Foco durante todo o ano de 1963. No ano seguinte, a publicação mudou de nome, passando a se chamar Igreja em Foco. Foram 71 edições, organizadas pelo Fr. Romeu Dale, em parceria com a Editora Vozes.
Anexo ao Comunicado Mensal começou a ser enviado em 1969 o Informativo. A iniciativa da presidência era esclarecer “prisões, denunciar torturas, defender agentes de pastoral e desfazer calúnias contra bispos e setores da Igreja, durante o regime militar/policial” (Doc. de estudos 72, p. 11). No ano seguinte, foi transformado em um boletim semanal, de quatro páginas, chamado Notícias, que circula até hoje. Durante a década de 1990, o boletim impresso Notícias chegou a ter edições em inglês e espanhol.
Também durante o regime militar, a CNBB se preocupou em adquirir um aparelho de Telex para enviar um boletim diário para as emissoras católicas de rádio e grandes meios de comunicação. De 1983 a 1986, a CNBB, através da Rádio Aparecida, enviou um boletim diário para as emissoras católicas. Chegou a ser instalado um canal de voz permanente, que foi utilizado na cobertura da Assembleia Nacional Constituinte, pelas rádios Aparecida (SP), Difusora de Goiânia (GO) e Medianeira, de Santa Maria (RS). O envio de um boletim diário para as emissoras católicas de rádio permaneceu até 1991, e foi retomado em 2012 pela Assessoria de Imprensa da CNBB.
Ação Pastoral e Reflexão
De 1952 a 1962, o Secretariado Nacional de Ação Social coordenou o serviço de comunicação da CNBB. No final deste período, surgiu a Comissão Episcopal de Opinião Pública, que depois foi transformada em Secretariado Nacional de Opinião Pública (SNOP), como um órgão executivo, coordenado por dom Eugênio de Araújo Sales (1962-1968) e em seguida por dom Avelar Brandão Vilela (1968-1970), tendo como secretário o Frei Romeu Dale, dominicano. Este frade atuou por 18 anos na Conferência (1952-1970), especificamente no campo da comunicação.
Com a reforma dos estatutos da CNBB, em 1971, o SNOP passou a se chamar Setor de Comunicação Social, ligado à linha 6 da Comissão Episcopal Pastoral, ao lado da Educação e Pastoral Social. Foi nesta ocasião que surgiu a Assessoria de Imprensa, ligada à Secretaria Geral da Conferência.
O Setor de Comunicação realizou dezenas de encontros nacionais para avaliar e projetar a ação da Igreja no campo da comunicação. Alguns dos bispos responsáveis por este setor foram Dom Lucas Moreira Neves, Dom Eduardo Koaik, Dom Serafim Fernandes de Araújo e Dom Ivo Lorscheiter. O padre Alfredo Novak, redentorista, hoje bispo emérito de Paranaguá (PR) foi assessor da Campanha da Fraternidade e do Setor de Comunicação (1971-1979).
As irmãs Paulinas também fazem parte desta história: a irmã Maria da Glória Bordeghini assessorou de 1980 a 1985, seguida pela irmã Maria Alba Veiga (1985-1991). Em 1992, assumiu o padre Augusto César Pereira, dehoniano. Atualmente, assessora a Comissão a irmã Élide Fogolari, também da família Paulina.
Para colaborar com a reflexão do episcopado no campo da comunicação, foi criada uma equipe específica em 1979. Entre os colaboradores desta equipe nos últimos anos, destacamos o padre Atílio Hartimann, Monsenhor Arnaldo Beltrami, o cineasta Miguel Pereira, Maria Clara Bingemer, Ir. Helena Corazza, Pe. César Moreira, entre outros.
A Comissão hoje
Atualmente a Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação possui um caráter referencial e de centralidade para planejar, organizar e coordenar programas e projetos de comunicação da Igreja. Estrutura-se a partir de dois eixos: a comunicação enquanto meios e processos e Rede de Informática da Igreja no Brasil, RIIBRA. O primeiro eixo a comunicação enquanto meios e processos articula-se e anima, de modo abrangente, os diversos níveis do agir comunicativo da Igreja, com destaque para a pastoral da comunicação, que atua de modo transversal e orgânico conectando as distintas ações pastorais e seus processos comunicativos e de visibilidade. Neste eixo, situa-se também a articulação da presença da Igreja na mídia, seja ela confessional ou não.
Atualmente a Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação possui um caráter referencial e de centralidade para planejar, organizar e coordenar programas e projetos de comunicação da Igreja. Estrutura-se a partir de dois eixos: a comunicação enquanto meios e processos e Rede de Informática da Igreja no Brasil, RIIBRA. O primeiro eixo a comunicação enquanto meios e processos articula-se e anima, de modo abrangente, os diversos níveis do agir comunicativo da Igreja, com destaque para a pastoral da comunicação, que atua de modo transversal e orgânico conectando as distintas ações pastorais e seus processos comunicativos e de visibilidade. Neste eixo, situa-se também a articulação da presença da Igreja na mídia, seja ela confessional ou não.
No segundo eixo, a RIIBRA trabalha no sentido de fazer com que a Igreja atue em rede e na rede, destacando as mídias digitais e sociais, tendo como prioridade a formação e capacitação de agentes que possam contribuir para o desafio de um efetivo aproveitamento das possibilidades que a rede oferece, buscando para elas um sentido pastoral.
Além dos projetos específicos do planejamento próprio, a Comissão colabora e é parceira, também, em iniciativas relacionadas a produções, eventos e atividades de projetos específicos das demais Comissões Episcopais da CNBB.
Grupos de apoio
Para desenvolver seus projetos e atribuições, a Comissão para a Comunicação conta com o apoio de grupos constituídos por profissionais e pesquisadores da área, como, GRPD – Grupo de Reflexão e Produção do Diretório, TV- Grupo das TVs Católicas, PC- Grupo dos Prêmios de Comunicação, GI – Grupo de Informática, GCR- Grupo dos Coordenadores Regionais. Estes grupos constituídos prestam consultoria, assessoria ocasional ou sistematicamente, e, produção de subsídios nas áreas afins.
Ações
A Comissão vem desenvolvendo seus projetos de forma progressiva e atingido suas metas que dão visibilidade à comunicação da Igreja no Brasil, mediante a realização dos mutirões nacionais de comunicação, encontros nacionais da Pastoral da Comunicação, prêmios de comunicação, a produção do Diretório de Comunicação e o desenvolvimento da RIIBRA para que a Igreja no Brasil se constitua em rede e na rede.
Considerando a grande importância da comunicação na Igreja, a Comissão entende que é na vida, morte e ressurreição de Cristo, Deus feito homem, nosso irmão, que se encontra o fundamento e o protótipo da comunicação entre os homens (cf. Communio et progressio, n. 10)
Ir. Élide Fogolari, fps
Pe. Clóvis Andrade de Melo, cn
Assessores da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação
Fonte: CNBB
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