O Vaticano destacou ontem as “enormes possibilidades” e os “grandes desafios” que as novas tecnologias da comunicação colocam à Igreja Católica.
“Não há lugar no mundo de hoje que não possa ser alcançado e, por isso, não estar sujeito à influência da cultura mediática e digital, que progressivamente se estrutura como o ‘lugar’ da vida pública e da experiência social”, refere o instrumento de trabalho (Instrumentum Laboris) da 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, apresentado em conferência de imprensa.
Ao longo do texto são analisados sete cenários: cultural, migratório, econômico, político, pesquisa científica e tecnológica, comunicativo e religioso.
Reunindo contributos de bispos e religiosos de todo o mundo, o documento refere a “convicção generalizada que as novas tecnologias digitais deram origem a um verdadeiro espaço social, cujos laços são capazes de influir sobre a sociedade e sobre a cultura”.
“Os processos mediáticos tornados possíveis por estas tecnologias chegam a transformar a própria realidade”, assinala-se.
A próxima assembleia sinodal, que vai decorrer entre 7 e 28 de outubro, é dedicada ao tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’.
Os responsáveis da Santa Sé consideram que a “a par dos meios de comunicação mais tradicionais, especialmente como a imprensa e a rádio”, os novos media estão a servir cada vez mais “a pastoral evangelizadora da Igreja, tornando possíveis interações a vários níveis”.
Neste contexto, no entanto, verifica-se a necessidade de “usar o novo espaço social que se criou com as linguagens e as formas da tradição cristã.”
“É pedida aos cristãos a audácia de frequentar estes ‘novos areópagos’, aprendendo a dar uma valorização evangélica, encontrando os instrumentos e os métodos para tornar audível também nestes lugares”, acrescenta o documento, disponibilizado em oito línguas, incluindo o português, através da página do Vaticano na internet.
O instrumento de trabalho recorda, por outro lado, que o Sínodo vai decorrer num ano em que Bento XVI decidiu proclamar o Ano da Fé, a começar de 11 de outubro, “em memória do 50º aniversário da abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II e do 20º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica”.
“Os padres conciliares viram no horizonte a mudança cultural que hoje facilmente se constata. Precisamente esta mudança de situação, que criou uma condição inesperada para os crentes, exige uma particular atenção ao anúncio do Evangelho”, indica o novo texto da Santa Sé.
O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
Fonte: Agência Ecclesia
Jornalista: Natalia Zimbrão
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