Teve início nesta terça-feira, em Roma, o Congresso mundial da Signis, com o tema “Mídias para uma cultura da paz: criar imagens com as novas gerações”.
O evento, que reúne mais de 300 comunicadores católicos de 80 países, tem a participação também do presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli.
Sobre o tema e importância deste encontro a Rádio Vaticano ouviu o diretor da revista jesuíta “La Civiltà Cattolica”, Pe. Antonio Spadaro, cuja conferência, na parte da tarde, abriu a sessão plenária do Congresso. A entrevista foi concedida antes da abertura desta sessão plenária:
Pe. Antonio Spadaro:- ”A cultura da paz é muito importante, porque significa dar a possibilidade às pessoas de se encontrarem realmente. A paz permite o encontro. Neste Congresso, entre pessoas que se ocupam de comunicação no mundo, que vêm do mundo católico, encontramos pessoas que se defrontam quer sobre os temas, quer sobre as pertenças geográficas. Portanto, diria que será uma grande ocasião para que as pessoas possam discutir a comunicação como veículo, lugar, diria quase ambiente, para viver em paz.”
RV: Na mensagem para esta ocasião, o Papa ressalta e exorta os comunicadores católicos a enfrentarem o desafio maior de “apresentar a verdade, a beleza do Evangelho, numa linguagem capaz de tocar os corações e as mentes”. É um desafio apaixonante…
Pe. Antonio Spadaro:- ”É um desafio apaixonante porque toca a espiritualidade do homem. Este é um tema forte desse Congresso Signis: a comunicação não é algo de exterior, não é a simples transmissão exterior de uma mensagem pré-confeccionada. A comunicação toca a capacidade de cada homem de relacionar-se com os outros, e graças à tecnologia da comunicação se exploram as grandes perguntas, como se dá hoje também na Internet. Portanto, um tema forte que será tratado nestes dias diz respeito às dimensões, aos desafios éticos e espirituais da cultura digital emergente.”
RV: Este é propriamente o tema de sua conferência que abre a sessão plenária do Congresso. Pode dizer-nos algo justamente sobre este tema?
Pe. Antonio Spadaro:- ”Minha tentativa será fazer com que compreendam que a Rede não é uma opção, é um momento importante da história da humanidade, razão pela qual não se pode voltar atrás. A cultura digital expressa uma condição do homem, portanto, uma dimensão espiritual, onde a tecnologia infunde, expressa necessidades e desejos que o homem sempre teve. Em seguida, à luz do Magistério de Bento XVI e do Papa Francisco sobre a comunicação, procurarei fazer com que compreendam a validade e o valor espiritual profundo da cultura digital, as instâncias que emergem de uma cultura digital, que é uma cultura que deve ser evangelizada.”
RV: Este Congresso caracteriza-se por ser mundial, universal. Quais expectativas se podem ter quando, as pessoas que dele participam, depois, voltarão para casa?
Pe. Antonio Spadaro:- ”Inicia-se um processo que, na realidade, há tempos já está em andamento e que este Congresso examinará mais de perto. As expectativas são grandes, mas, ao mesmo tempo, a coisa melhor é não estabelecermos objetivos precisos, porque quando as pessoas se encontram, criam situações novas. E certamente o encontro de pessoas que vêm dos cinco continentes criará situações, um contexto de reflexão muito aberto.”
Fonte: Rádio Vaticano
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